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Messi, Neymar ou CR7: os números dizem quem é o melhor - parte 1

Messi, Neymar ou CR7: Os números dizem quem é o melhor
Do: ESPN

Real Madrid e Barcelona disputam novamente cabeça a cabeça o título do Campeonato Espanhol. As três principais estrelas do futebol mundial vestem suas gloriosas camisas. Nos últimos nove anos, na premiação de melhor do planeta, só deu o culé Messi e o merengue Cristiano Ronaldo (5 x 4 para o argentino), mas o também barcelonista Neymar parece que está chegando cada vez mais perto deles, flertando com seu primeiro troféu.


Mas como compará-los sem avaliações subjetivas? Sem preferências pessoais? Como diferenciar três craques? O melhor é aquele que faz mais gols? Ou aquele que faz o gol decisivo?
ESPN lançou o desafio de responder a essa pergunta ao FutLab, grupo de estudiosos formado pelo jornalista Maurício Barros, nosso blogueiro e comentarista, e os economistas Celso Toledo, Fábio Moraes e Marco Antônio, e que busca lançar um olhar objetivo para as coisas do futebol, tendo os números como ferramenta exclusiva. Eles toparam! O resultado você vê abaixo.
1- GOLS E FINALIZAÇÃO
Primeiro, vamos falar das virtudes individuais de cada um. E nada melhor do que começar tratando daquilo que mais interessa no futebol - em especial, para atacantes: gols. Antes de iniciarmos, algumas explicações básicas sobre as análises que virão:
- Coletamos os dados a partir da temporada 2013/2014, quando Neymar iniciou sua carreira no Barcelona. Eles vão até a 28ª rodada do atual Espanhol. Desta maneira, pudemos comparar diretamente a evolução dos três jogadores nos mesmos campeonatos, contra os mesmos adversários. Os dados foram coletados pela Opta, maior empresa do planeta em estatísticas esportivas, parceira da ESPN.
- As estatísticas são apresentadas quase sempre utilizando o valor da variável (gols, por exemplo) por jogo - de nada adianta compararmos o total de gols marcados por dois jogadores que não jogaram a mesma quantidade de partidas.
- Para cada estatística, apresentamos não só os valores observados para os três craques em questão, mas também para um jogador de destaque naquele quesito específico.
- Por fim, vamos apresentar nas análises um termo estatístico pouco conhecido, mas de fácil entendimento, o percentil. Esta medida serve, em linhas gerais, para situar os jogadores em um ranking, comparando-o aos demais. Como exemplo, se dissermos que "Neymar se encontra no 97º percentil na estatística gols por jogo", isso significa que ele marca mais gols por jogo do que 97% dos jogadores analisados; e se ele estiver no 66º percentil na estatística % de passes certos, isto significa que ele é melhor que 66% dos jogadores neste quesito, e assim por diante.
Feitas estas explicações, vamos iniciar nossas análises com a estatística mais simples, número de gols por jogo.

Ao longo dos últimos quatro anos, Cristiano Ronaldo e Messi foram os dois maiores goleadores da Liga Espanhola, com o português marcando 1,05 gol/jogo, contra 0,99 gol/jogo do argentino, enquanto Neymar ficou em um longínquo 0,55 gol/jogo (nesta categoria, o brasileiro ficou no 97º percentil - ainda uma excelente marca, mas muito aquém dos outros dois). Um jogador de destaque no período foi Luis Suarez, com impressionantes 0,89 gol/jogo. Neste quesito, ponto para Cristiano Ronaldo e Messi.

Mas a quantidade de gols por jogo é a melhor maneira de compararmos o valor de dois atacantes para seus times? A quantidade de gols que um jogador marca depende não apenas dele, mas também de seus companheiros; certamente, um atacante do Barcelona ou do Real Madrid terá mais chance de finalizações (e, por consequência, de marcar gols) do que um jogador do Osasuna.
Desta maneira, a comparação seguinte foi feita em relação à proporção de gols marcados pelo seu time - no caso, dividimos a quantidade de gols por jogo de cada jogador pela quantidade de gols por jogo de seu time. Observamos aqui que Messi e Cristiano Ronaldo continuam sendo importantíssimos para seus times, sendo responsáveis por mais de 35% dos gols marcados no período em que estiveram em campo, porém outros jogadores se mostraram mais importantes para seus times neste quesito (Cristiano Ronaldo se encontrou no 96º percentil, enquanto Messi ficou no 95º percentil). Destacamos aqui Aritz Aduriz, do Atlético de Bilbao, que durante os últimos quatro anos foi responsável por mais de 40% dos gols de seu time no período em que esteve em campo. Neymar mais uma vez ficou para trás, sendo responsável por apenas 19% dos gols do Barcelona no período.
Mas assim como os homens, nem todos os gols são criados iguais. Uma das principais diferenças está se o gol é assistido (ou seja, depende de passe direto de um companheiro), ou se é não assistido (ou seja, fruto de uma jogada individual). Obviamente ambos são importantes. Um gol assistido mostra que o jogador se colocou suficientemente bem em campo para receber a bola e finalizar - porém depende de seus companheiros. Já um gol não assistido é um melhor indicador da individualidade do jogador, sua capacidade de criar.
Abaixo temos as estatísticas de gols não assistidos por jogo para nossos três jogadores, e mais as de Gareth Bale, para comparação. Tanto Messi quanto Cristiano Ronaldo se encontraram, ano após ano, entre os melhores do campeonato. Neymar teve um ano bastante positivo na criação de seus próprios gols, na temporada 2013/2014, mas ficou bem atrás de seus competidores nos outros anos - Messi cria mais de três vezes mais gols não assistidos por jogo que o brasileiro. Ainda que não no nível de Messi e Cristiano Ronaldo, Gareth Bale é um dos maiores goleadores por meio de jogadas individuais da Espanha.
Olhando para os gols assistidos, podemos observar um padrão semelhante, com Messi e Cristiano Ronaldo entre os maiores goleadores da Espanha (e aproveitando, assim, as muitas oportunidades criadas por jogar em dois dos maiores times do mundo), com Neymar novamente bastante atrás (e, novamente, atrás de Gareth Bale).
Observamos até aqui estatísticas que nos falam de quantidade de gols que os três craques marcam, e a sua importância como goleador (e criador de jogadas) dentro do time. Entendemos que falta, porém, uma dimensão: a eficiência do jogador. Se um atacante chuta toda e qualquer bola que recebe para o gol, espera-se que ele marque um bocado de gols. Mas será que ele é eficiente? Será que ele aproveita bem as chances que tem?
Ao analisarmos as estatísticas compiladas pela Opta, deparamos com uma medida interessantíssima, relacionada exatamente à eficiência de um jogador. A partir de sua imensa base de dados, a Opta compilou diversas informações relacionadas a todas as finalizações a gol realizadas em vários campeonatos, a partir de 2010 (entre estas informações, temos se a finalização foi um chute ou uma cabeçada, a distância da finalização, se a finalização foi fruto de cruzamento, contra ataque, e assim por diante). Para cada finalização, temos também o seu resultado: defesa do goleiro, gol, chute na trave, chute para fora. A partir dessas informações, foi criado o conceito de gol esperado: dada uma determinada finalização (por exemplo, um chute a 30 metros, em uma jogada de contra-ataque), a Opta calcula qual a probabilidade de acontecer um gol.
Com isso, pode criar a quantidade de gols esperados de um determinado jogador ao longo de um campeonato. Dada as características de todas as suas finalizações, poderia se esperar que ele fizesse uma determinada quantidade de gols (por exemplo, 15 gols esperados). Caso, na prática, ele tenha feito mais gols que o esperado (por exemplo, 18 gols), temos que este jogador foi eficiente em suas finalizações; caso tenha feito menos gols que o esperado, (por exemplo, 10 gols), temos um jogador ineficiente, que perde muitos gols.
Para analisarmos a eficiência dos jogadores, dividimos as finalizações de curta e de longa distância - para tanto, comparamos a quantidade de gols marcada e esperada para finalizações dentro e fora da grande área. Abaixo, temos a evolução dos três jogadores para finalizações por jogo, gols por jogo e gols por jogo acima do esperado, para gols dentro da grande área, e fora da grande área.
Temos aqui que Cristiano Ronaldo é um prolixo chutador de longa distância, com quase três finalizações por jogo. Messi finaliza cerca de metade desse valor, e Neymar um pouco menos.
Apesar de finalizar menos que o português, temos que Messi marca mais gols por jogo em chutes de longa distância - parece ser, dessa forma, muito mais eficiente. Ainda assim, ambos estão dentre os maiores destaques do campeonato: tanto Messi quanto Cristiano Ronaldo se situam no 98º percentil. Neymar, por sua vez, quase não marca em distâncias mais longas, situando-se apenas no 76º percentil. Como comparação, trouxemos os números de James Rodriguez, que desde que chegou no Real Madrid é um dos maiores goleadores de fora da área da Espanha.
E quanto à eficiência desses quatro jogadores? Abaixo temos a evolução de seus gols de fora da área acima do esperado:
Os grandes destaques aqui são Messi e James: os números mostram que, além de finalizarem muito de fora da área, suas finalizações geram muito mais gols que o esperado. Cristiano Ronaldo fica um pouco para trás aqui, mas ainda assim suas finalizações estão acima da média. Já Neymar, além de finalizar pouco de longa distância, finaliza mal (situou-se, como comparativo, no 20º percentil, enquanto que Messi e Cristiano Ronaldo estiveram nos percentis 99º e 95º, respectivamente).
Passamos agora para as finalizações e os gols dentro da grande área. O jogador comparado aos três foi Gareth Bale:
Novamente podemos observar um grande número de finalizações de Cristiano Ronaldo, seguido (agora mais de perto) por Messi e Neymar. Agora, vamos observar os gols por jogo:
Novamente Messi e Cristiano Ronaldo se destacam - estão entre os maiores finalizadores e goleadores dentro da grande área do Campeonato Espanhol no período. Neste quesito Neymar se aproxima dos dois, situando-se no 96º percentil. E quanto à eficiência destas finalizações? Aqui temos talvez a maior surpresa da análise até aqui:
Dentre os três jogadores, Cristiano Ronaldo é disparado o finalizador mais eficiente dentro da grande área, encontrando-se no 92º percentil na média dos 4 anos. Messi, por sua vez, fica bem atrás, apenas no 67º percentil no período (nota-se que Messi teve uma temporada espetacular em 2014/2015, mas de lá para cá a eficiência de suas finalizações caiu muito). O destaque negativo aqui é Neymar: suas finalizações dentro da grande área, ano após anos, são extremamente ineficientes - em outras palavras, Neymar perde muitos "gols feitos". Nota-se que todos ficam muito para trás de Gareth Bale, o melhor finalizador dentro da grande área do campeonato Espanhol.
Encerramos aqui a primeira etapa de nossa análise, relacionada à capacidade individual. Na segunda parte, analisaremos as contribuições coletivas dos três craques dentro do jogo: participação, criação de jogadas, auxílio na defesa e afins. 

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